domingo, 28 de fevereiro de 2016


Com 1135 metros é o ponto mais alto da cidade de São Paulo. Já foi considerado sagrado pelos indígenas e um dos primeiros locais onde ocorreu mineração de aluvião no Brasil. Jaraguá, que em Tupi significa "Senhor do Vale" teve uma importância muito grande em nossa história!
Vamos voltar ao século XVI, época em que os bandeirantes desbravavam as matas em direção ao oeste, em busca de minerais preciosos. Em 1580 aproximadamente, Afonso Sardinha ("O Velho") descobriu ouro num rio no sopé do morro e durante uma década travou várias batalhas com os indígenas locais, que não aceitavam a ocupação de um local sagrado. No fim, os portugueses acabaram ganhando e Afonso Sardinha construiu sua casa de taipa de pilão, que pode ser vista no parque, porém está cercada e futuramente tornará-se o museu da mineração.

Foto de Rita de Cássia Gonzalez
O ouro era tão abundante que o Jaraguá ficou conhecido como "Peru do Brasil" e por esse motivo houve uma corrida do ouro e vários outros bandeirantes começaram explorar seu solo. Isso ocorreu até seu esgotamento no século XIX, quando o ciclo econômico de São Paulo estava mudando para o "ouro negro", o café.

Na década de 40 a Fazenda Jaraguá passou a ser propriedade do Governo do Estado de São Paulo e na década de 60, foi criado o parque. Mesma data em que os Guaranis retornaram ao local e começaram a ocupação com apenas uma família e hoje são por volta de 900 indígenas.


Mochila nas costas e "bora" caminhar! No parque existem 3 trilhas, a do Silêncio, com aproximadamente 800 metros, a da Bica com 1,5 km e a do Pai Zé* com 3,6 km ida e volta. Começamos a subida na trilha do Pai Zé, onde já no início havia alguns macacos prego.

Foto de Rodrigo Ramos
 No início a mata é mais fechada, onde vimos exemplares de Jussara, Embaúba, Samambaiaçu, Canjerana, Figueiras, etc. Quando nos aproximamos do topo a mata entra em transição para campos de altitude, com vegetação mais baixa tipo cerrado e gramíneas.




Depois de chegarmos ao topo, ainda havia uma "escadinha" com uns 250 degraus para chegar realmente ao ponto mais alto. Onde fica uma antena de emissora de televisão.


* A Trilha do Pai Zé tem esse nome por ter sido um caminho utilizado no século passado pelos frequentadores de um centro espírita em que um médium incorporava um espírito identificado como Pai Zé.

EQUIPAMENTOS IDEAIS PARA ESTA TRILHA:

Vestimentas
  • Calça 
  • Camiseta
  • Bota para trilha 
  • Boné ou chapéu (importante, pois no pico a vegetação é baixa ou rasteira)
  • Roupas íntimas confortáveis.
Dentro da mochila de ataque
  • Repelente
  • Protetor Solar (importante, pois no pico a vegetação é baixa ou rasteira)
  • Câmera e/ou filmadora
  • Cantil, Garrafa ou Squeeze (com água)
  • Alimentos: barrinha de cereal, fruta in natura (indico maçã), frutas secas, castanhas ou chocolate (energia), lanche frio, suco de caixinha. Claro que não é necessário levar tudo isso, escolha de acordo com sua preferência.
Dicas
  • Na base e no pico há banheiro, mas não lanchonete.
  • Endomondo/Strava: aplicativo de celular para medir a distância, tempo e o traçado do caminho 
  • Importante levar, mesmo não sendo utilizado: kit de primeiros-socorros, corda, e faca. 
  • Stick
ATENÇÃO!
  • Não ingira bebidas alcoólicas, nem use substâncias que alterem o estado físico e psicológico.
  • Leve seu lixo, a natureza agradece!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Trilha do Garcez - Natividade da Serra

Natividade da Serra é uma cidadezinha pacata, que fica na região do Vale do Paraíba Paulista. Possui esse nome devido à padroeira do município, Nossa Senhora da Natividade, e devido sua localização geográfica na Serra do Mar.

A trilha do Garcez está localizada dentro do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia, que fica há aproximadamente 230 km de São Paulo. O local era habitado por 8 famílias e em 1989, quando o parque foi criado, essas famílias e o Sr. Garcez, morador mais antigo, mudaram-se de lá.



Da estrada de terra, avistamos os Manacás da Serra colorindo de tons rosa e lilás a verde mata! Após 15 km chegamos na portaria do parque e encontramos o monitor João.


Iniciamos a caminhada em mata secundária em recuperação e cada vez mais que adentrávamos a trilha ia ficando encantada com o que via! Ou com o que não via!:) Não havia um "fiapo" de lixo em lugar algum!

Uma parte do caminho possuía grama e em pensamento viajei por alguns instantes e me senti andando no Peabiru*!


Onde não havia grama, quase não se via a terra, pois o solo era coberto por folhas. O trajeto acompanhava o simpático Rio Garcez com o som calmo de suas águas cristalinas correndo entre as pedras. Passamos pela primeira queda do rio, tiramos fotos e continuamos.


Em alguns momentos cruzamos o rio sobre as pedras e em um lugar com um pouco mais de lama, o João nos mostrou uma pegada de capivara! 


A mata já estava bem fechada que chegava ficar até escurinho, mas mesmo assim as raízes vermelhas das palmeiras Jussara saltava aos olhos!!! Meu sentimento era de extrema paz, leveza e felicidade em saber que ainda há locais tão preservados aberto ao público!

Depois de mais alguns minutos de caminhada, chegamos na segunda queda, tiramos fotos e seguimos em frente. 


A Cachoeira do Jacu era a última queda, onde entramos na água. O lugar é magnífico! Há um gramado em frente à cachoeira e borboletas bancas e azuis "borboletando" por ali!!!


Aproveitamos para lavar a alma debaixo da queda, curtimos um pouco e finalizamos a trilha depois de andar aproximadamente 8 km.



Nesse mesmo dia seguimos para outra cachoeira, que vou contar num próximo post!

*Era um caminho transcontinental, utilizado antes da chegada dos Portugueses e Espanhóis, que ligava a região sudeste/sul do Brasil até ao Império Inca. No Brasil, existiam vários "ramais" que eram percorridos pelos indígenas. Esse caminho possuía aproximadamente 1,40 metro de largura, era rebaixado em aproximadamente 40 cm em relação ao solo e recoberto por uma gramínea.


Venham com a TrilheG.A.L. conferir mais essa trip!!!

Confiram valores e próximas saídas: whats 11 974535850

Curtam: https://www.facebook.com/trilhe.garantindoaliberdade/